Olá mundo!
Fui um menino do meu próprio mundo, cresci ao som do rádio e ao iluminar das lamparinas. Estudei numa escola da zona rural da primeira a quarta série. Até os onze anos corri no chão do sítio isolado onde me criei.
Advindo desse início, é notório e
compreensível meu modo “estranho” de ver o mundo. Diferente e por muitas vezes
complicado e obviamente repleto de traumas, devaneios, experiências edificantes
e inesquecíveis e complexos sendo eles negativos e positivos.
Portanto, tímido e medroso, porém
arredio e bravo. Como todo médio-oestano, um ser manso... até que me machuquem,
até que me firam, até que mexam com minha paz, até que cometam injustiça e covardia
na minha frente e até que principalmente, emitam um discurso seletivo e fajuto,
desde pequeno tive nojo por isso.
Compreendido por tudo isso, tive
uma adolescência de incompreensões comigo mesmo, sem achar meu lugar no mundo,
atrasado em coisas banais, e avançado demais para muitas outras coisas.
O meu lugar encontro quando esbarro
num espaço onde posso expressar minha criatividade, sem precisar passar pelo
crivo social, esse lugar foi a internet. Nela, os blogs, os fóruns, os
bate-papos me dão a oportunidade ao conversando com pessoas de outras regiões
descobrir que não sou tão extraterrestre como parecia na minha própria estadia.
Desenvolvo, me descubro e acho um
caminho para onde direcionar toda a minha paixão por câmeras, textos, microfones
e qualquer plataforma que pudesse levar para mais pessoas a leitura que eu
fazia da minha realidade, do povo que me cerca, do mundo que habito e da minha
complexa visão da vida.
Sou da segunda geração de
blogueiros, pós os lendários “fotologs” de festas e dos “.zip.net” de opiniões políticas
que apenas jogavam no digital o texto do jornal impresso.
Posto vídeo no You Tube quando
não se produzia conteúdo próprio - E sim, eram só vídeos de gatinhos gringos
mesmo. Entro na banda de música como todo bom campo-grandense e finalmente crio
a primeira Web TV da minha cidade, durou pouco, mas fizemos história queiram ou
não.
Em 2012 eu vivia o momento no
qual colhia os louros de uma luta de alguns anos, começam a “cair os primeiros
trocados”, afora a frase de efeito, a verdade é que o reconhecimento com
matérias sendo reproduzidas por outros sites de renome regional, e as cotas de
patrocínios começando a se viabilizarem, assim como o meu nome ser fincado no
âmbito da comunicação oestana. Diante disso, era difícil a decisão de “largar
tudo”, sair de Campo Grande onde eu detinha um certo conforto e me mudar pra
uma cidade onde eu não conhecida nada e obviamente não teria mercado algum, e
pouco tempo para trabalhar.
Insisti na minha ideia de ter
algo mais forjado, algo que me desse além de amparo intelectual, mas também de
um respaldo conceitual, ser livre ao não ficar limitado a uma habilidade
prática. Então assim o fiz.
Graduado, em 2017, com algumas
experiências que já me faziam realizado e ao mesmo tempo desapagado de egos,
havia realizado meu sonho de fazer televisão e ainda produzido matérias com
exibição em rede nacional, havia conhecido empresas, profissionais e
professores incríveis da área, e construídos networks que me transformaram.
Voltara a minha terra mesmo diante a avaliação que cometia à época um erro
estratégico aos olhos de todos que me aconselham, ao sair do mercado mais
profissional do interior do nosso estado. Naquele tempo, buscava desacelerar um
pouco, e aliviar uma crise de estresse pós cinco anos de graduação que pra eu
havia sido desgastante, era a ansiedade pesando forte.
Cobertura da Festa de Sant'Ana pela 104 FM (foto: Michael Jackson) |
Nos anos seguintes, assumi cargos
na rádio Independência, ali completei meu segundo ciclo no radialismo e adquiri
experiência em gêneros que ainda não havia atuado. Estudei muitas coisas além
da seara da comunicação como por exemplo mercado financeiro e me especializei
em um seguimento da edição de vídeos.
Até que em 2018 faço junto
algumas pessoas que peço uma espécie de consultoria de carreira um plano a
longo, médio e curto prazo. Dentre eles, diminuir minha atuação no fronte,
estar menos no ar e me aventurar em funções de produção e executivas, focar na
área do empreendedorismo, e servir menos pra outras empresas até conseguir
empregar minha força de trabalho apenas para inciativas das quais seja membro
proprietário.
Investimentos equivocados em 2019
e 2020, uma pandemia e outros percalços atrasaram alguns desses passos e em
alguns tive de recuar, e tá tudo bem.
Mas chegou a hora de atender um
pedido e incentivo que nunca parei de um ouvir um só dia nessa jornada inteira
- O lembrete do quanto sou diferenciado, do quanto tenho sacadas incomum e do
quanto faço falta no mundo dos blogs, da internet, como comunicador
independente.
E pelo menos em um desses estou
de volta. Retorno com serenidade, com a humildade de quem sabe que hoje em dia
não sou mais o mesmo garoto talentoso que poderia ser impulsivo ao experimentar,
agora tenho uma responsabilidade imensuravelmente maior. Carrego também, a cautela
que atualmente existem outros nomes que lideram o mercado, e que não volto como
um líder, volto pra recomeçar do zero e estou pronto pra um tempo de luta até
reconquistar meu espaço. Estou de volta meu povo! #VemComOPomps!